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25 de dez. de 2010

Bate-papo

Pra quem quiser trocar dois dedos de conversa.
msn: alex.lira@hotmail.com

Depressão

Por: Valéria Fátima da Rocha

Psicóloga

CRP 90646/06

A compreensão da Depressão sob a Ótica Social, Emocional e da Psicoterapia Existencial

Passando na banca de jornal fui logo à sessão de revistas para ver os assuntos interessantes, especialmente, voltados à filosofia e psicologia. Logo de cara avistei O Lado bom da Depressão e parti contente para casa formulando este assunto para discutir com vocês.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em todo planeta 121 milhões sofrem de depressão e 17 milhões de no Brasil. São dados alarmantes e não é a toa que a depressão ganhou maior destaque e constitui a doença do século 21.

Ouvir alguém dizer que está com depressão é tão comum quanto ouvir que está com forte resfriado, não estou banalizando o assunto, pelo contrário, na clínica vemos diversos casos severos de depressão, muitas vezes, mascarada por doenças psicossomáticas ou motivadas por outros transtornos mentais e comportamentais. É interessante notar que ao passar dos anos a doença deixou de ser estigmatizada, mas o preconceito perdura nos quadros mais severos ou nos transtornos mentais. 
Muitas barreiras foram quebradas quando a depressão deixou de ser um tabu, isso possibilitou a busca de ajuda logo nos primeiros sinais da doença, porém, como tudo tem o seu lado bom e ruim, a depressão passou a ser a resposta para todos os sofrimentos existenciais, muitas vezes, pelo atalho dos antidepressivos e ansiolíticos que mais servem para calar os conflitos, as inquietações e frustrações. 
Não sou contra a medicação, os antidepressivos disponíveis no mercado tem se mostrado importantes nas crises agudas, em alguns casos no acompanhamento e progressão da doença, mas não são via de mão única e não podem servir de pretexto para inescrupulosos profissionais venderem a cura por meio de milagrosos remédios engordando as contas da indústria farmacêutica. É preciso tratar a febre alta, entretanto, não podemos ignorar o que a desencadeou.
A psicanalista, Maria Rita Kehl , afirma que a depressão é um sintoma social e vem aumentando na mesma velocidade que vivemos o tempo, essa urgência “temporal” faz com que a vida perdesse o valor. Ela atribui o capitalismo como o senhor dessas exigências, pois a sociedade contemporânea é atropelada pelo imperativo do consumo e pela busca desesperada pela felicidade. De fato, a ideologia, segundo está autora, está implícita nas mensagens – não tente curar suas dores pela reflexão, não dê o tempo que o luto precise ou recuperar-se das quedas, perdas e crises, mas tome remédio e toque em frente.
Segundo esta mesma autora, se você não tem dinheiro como valor de troca, passou por experiências traumáticas, não tem o reconhecimento merecido pelos pais, amigos e cônjuge, não está no emprego desejado, não viveu todas as ilusões e expectativas esperadas, atravessa por dificuldades de saúde e financeiras, vivencia o luto pela perda de alguém importante, então, facilmente conseguirá um passaporte de deprimido e uma receita de antidepressivos. 
Para completar esta linha de raciocínio podemos vasculhar na web; sites, artigos, revistas, livros e encontraremos vasta conceituação, diagnósticos, investimentos em pesquisas biológicas e genéticas para compreender o funcionamento do cérebro e medicações mais potentes. Contudo, não há o mesmo empenho em novas formas de tratamento psicoterápico. Tudo isso, porque vivemos numa sociedade mecanicista e capitalista, o sujeito é moldado para executar tarefas como se fosse parte de uma grande engrenagem, falhar é inadmissível! E não é diferente no campo psíquico, se houver qualquer desequilíbrio, este mesmo sujeito é passível de ajuste e cura, mas enquanto isso permanecerá à margem, deslocado e isolado na sua dor.


Mas vamos lá, proponho a continuidade desta discussão com a vertente da psicoterapia existencial e as possibilidades de sair deste lugar invadido pela dor e desespero, mas que também, pode ser um grande manancial de crescimento humano. O que é inadmissível são fantasmas que andam e falam, embotados nas relações sociais e na expressão de sentimentos e emoções.


Na depressão a existência fica confinada a intensos sofrimentos, os pacientes reclamam da inutilidade da vida, carregam culpa e tristeza excessiva, o humor fica deprimido, não há energia, motivação, diminui a libido, não veem sentido na vida, sentem um peso enorme nas costas, mas não consegue tirar da “mala” o desnecessário que carregam. Por isso, a idealização da morte promove certo alívio, porém é mais para escapar desta dor do que dar cabo da própria vida. 
Quem está de fora até tenta ajudar, contudo nada pior do que certos conselhos, muitos, extraídos de livros de autoajuda “pense positivo que isso logo passará”, ou “veja a sua volta você está melhor do que aquele que moram debaixo do viaduto!”. São alguns exemplos que perpetua o sentimento de incompreensão e o desejo de isolar-se de tudo e de todos. 
Alguns recorrem a substâncias psicoativas como drogas e bebidas alcoólicas, excesso de comida, consumo desenfreado, jogos, sexo sem proteção e qualidade, ruminações obsessivas, mas estes paliativos ajudam a transitar pela sociedade, porém, o custo é muito alto, pois a doença tende a piorar.

Andrews (2010) argumenta que a depressão pode não ser uma doença, mas uma adaptação as instabilidades da vida, pois nos estágios reflexivos e no isolamento, a mente fica mais concentrada e pode ser altamente produtiva na resolução dos problemas porque estará determinada a resolvê-los. Em outras palavras, o que chamamos de depressão pode ser a maneira que encontramos para expressar nossos problemas internos, sociais e lidar com as vulnerabilidades da existência.


May (1993) afirma que é preciso compreender a função da doença e da saúde numa cultura, ele acredita que o processo da doença leva o indivíduo a avaliar e reformular o estilo de vida. 
Mas adiante diz que a doença é usada da mesma forma que gerações passadas usavam o demônio – como um objeto em que projetam suas experiências odiadas, a fim de evitar a necessidade de assumir a responsabilidade por elas. Mas além de proporcionar um senso de liberdade temporário desse sentimento de culpa, essas ilusões não ajudam. Saúde e doença são parte e parcela de nosso processo contínuo pela vida e nos tornarmos adequados ao mundo e o mundo adequado a nós.
A depressão pode ser um sensibilizador, mas quando se foge da dor e dos conflitos se perde a vitalidade, a capacidade de sentir e amar. Enquanto, apenas enxergarmos dois lados,  vítimas e algozes de um destino cruel, não nos perceberemos autores desta existência e haverão poucos incentivos  para ir além dela realidade. Como já dizia Sartre, O inferno são os outros


Ainda pelo viés da psicoterapia existencial, a vida pode ser colorida, mas pode ser cinza, é ambígua e repleta de dilemas que podemos aprendendo a lidar. Só saberei o sabor do amargo, porque provei do doce, sofrerei uma desilusão afetiva e amorosa, porque ousei entregar-me ao amor, distinguirei o frio, porque já me senti aquecida, apreciarei a verdadeira amizade, porque sofri com a solidão, valorizarei a luz, porque já fiquei no escuro, e assim por diante.
Desde que fomos lançados ao mundo vivemos todos os tipos de mazelas e fenômenos inerentes a nossa vontade sem que diretamente exerçamos  controle. Entretanto, não vamos sair culpando o mundo, as circunstâncias ou a si mesmo. O caminho é se perguntar como e o que posso mudar a partir da realidade atual. Qual é a minha parcela de responsabilidade? Até quando ficarei no papel de vítima das circunstâncias? Qual é a recompensa para me manter em tal situação?


O processo terapêutico começa quando abandonamos os papéis, o conformismo, a renúncia das falsas esperanças, racionalizações, remoção de idéias superficiais e equivocadas de prazer e felicidade eterna, ou na pior das hipóteses, quando chegamos ao fundo do poço. Neste lugar não há outra saída a não ser entregar-se ao desconhecido de nós mesmos, então, podemos nos reconstruir e descobrir novas possibilidades, capacidades e o sentido para a vida. Isso se constituirá é o início da liberdade autêntica. 

Acredito que não há receita mágica para a depressão, as discussões tiveram o intuito de fomentar a compreensão e novas formas de enxergá-la. Contudo, se para você é muito importante saber maiores informações da nosologia, enquadramentos descritivos, desenvolvimento, causas, pensamentos e outros tratamentos, terá a oportunidade de pesquisar em muitos sites, livros disponíveis no mercado e nos grupos de apoio como Neuróticos Anônimos e afins.

Varicocele


Por Drauzio Varella
Varicocele, ou varizes do testículo, consiste na dilatação anormal das veias testiculares, principalmente após esforço físico. Essas veias fazem parte do cordão espermático.
Sua dilatação pode dificultar o retorno venoso provocando disfunção testicular e piora da qualidade do sêmen. Embora seja uma das causas da infertilidade masculina, varicocele não provoca distúrbios da potência sexual. Geralmente congênita, aparece na maior parte das vezes na adolescência e quase nunca na infância.


Sintomas
A varicocele costuma ocorrer mais do lado esquerdo do escroto. Pode ser assintomática. Em alguns casos, causa dor, peso e/ou desconforto e pode comprometer a estética da região.


Diagnóstico
O próprio paciente ou seu médico podem notar a dilatação das veias no saco escrotal. Ultra-sonografia, ecografia testicular e cintilografia dos testículos são exames de imagem que auxiliam no diagnóstico.


Tratamento
A utilização de suspensório escrotal durante as atividades físicas e alguns medicamentos por via oral ajudam a melhorar os sintomas.
No entanto, se comprovada a relação da varicocele com a infertilidade, o procedimento cirúrgico é essencial. A cirurgia é simples, realizada sob anestesia raquidiana ou peridural. Através de dois pequenos cortes na região pubiana, é feita a ligadura das veias varicosas.

Fome no mundo

Natal para uns é sinônimo de muita fartura em todos os sentidos.
Já para muitos, é um sentimento apenas em que um dia, dias melhores virão. E para outros o sentido do nome "esperança" já não habita mais em seus corações.
25 de Dezembro. Esta época do ano, o índice de maior estragos de comidas nos maiores centros urbanos em todo planeta é superior e que da para alimentar uma cidade com a população de mais de 300 mil pessoas em um mês.  Essa data já teve um grande significado para mim. Meus olhos fechados para os problemas da vida. Sem o total conhecimento assim como hoje esse conhecimento fez com que minha fé ao próximo, brotou de forma inesperada e desesperadora.
Jamais reclame dos problemas da vida. Jamais afirme que Deus te abandonou.
Existem pessoas nesse mundo que precisa muito mais dele do que você.

A riqueza de poucos tem seus alicerces sobre a pobreza de muitos.
Isso tem que continuar?

O relatório da FAO-2008 (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) aponta que o compromisso assumido em 2000, de acabar com a fome no mundo até 2015, não será alcançado. Em 2000, os “famintos” eram 842 milhões; no final de 2007, 923 milhões: – 583, na Ásia e Oceania; 236, na África; 51, na América Latina e Caribe; 37, no Oriente Médio e 16, nos chamados países desenvolvidos.
“Para salvar os famintos, bastariam 30 bilhões de dólares ao ano”, declarou Jacques Diouf, diretor da entidade. O dinheiro é necessário, mas, doado a um povo que não tem a mentalidade e a capacidade de produzir com técnicas novas, cria corrupção. Muitos países africanos têm mais de 50% de analfabetos, aplicam 2% da renda nacional na educação e 20% em armas, mas importam 30% dos alimentos que consomem. Aumentam os habitantes e a produção agrícola não aumenta na mesma proporção.
Vilões?
Segundo a FAO, os principais fatores que influenciam na atual carência alimentar são:
aumento da demanda, oscilações no preço do petróleo, especulação e condições climáticas desfavoráveis.
Questiona- se sobre a responsabilidade dos biocombustíveis, cujas matérias-primas (cana, milho e outras) “roubam” o espaço de culturas destinadas ao consumo humano. Portanto, a “culpa” pelo descalabro é das grandes nações, sempre mais egoístas, ou das multinacionais, cada vez mais ávidas de lucro fácil, ou do sistema capitalista, ainda não totalmente domesticado.
A velha companheira
A atual crise não é a primeira e nem será a última. Há, pelo menos, 3.800 anos o Egito dos faraós foi dizimado pelas “sete vacas magras” e “sete espigas murchas”, conforme um relato bíblico (Cf Gn 41, 1-8). Outras crises (alimentares, éticas ou de outros valores sociais,…), geradas por um encadeamento de fatores, acompanharam a trajetória humana.
A superação de cada qual só foi possível com a adoção de remédios amargos:
- penitências, morte das oligarquias, contenção de recursos, campanhas de conscientização, vacinação em massa, “revolução verde”, …
Entretanto, as crises são cíclicas. Afastam-se, como ondas, para retornar em seguida. Apenas diques reforçados conterão suas investidas.
E agora, o que fazer com esta?
É um álibi fácil acusar de egoísmo as grandes nações ocidentais, as multinacionais, o sistema capitalista, se bem que, na maioria de suas cúpulas, assentam-se “cristãos”. E os que não estão no alto, são também “cristãos” tanto quanto eles?
Pe. Piero Gheddo, do PIME, é incisivo:
“A fome no mundo chama à consciência cada um de nós, o nosso estilo de vida egoísta e consumista”.
Certamente, o missionário tem em mente o grito de João Paulo II:
“Contra a fome, mude de vida!”.
Alertas anteriores vieram dos grandes profetas bíblicos.

O precursor do Cristo bradava:
“Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira…?” (Mt 3, 7)
A mesma expressão, utilizada mais tarde por Jesus, ajudaria a levá-lo ao calvário.
Aliás, ele provocava os religiosos de seu tempo:
“…por dentro estais cheios de rapina e de perversidades!” (Lc 11, 39).
No século IV, João Crisóstomo(a direita), a voz da consciência bizantina, apontava o dedo aos “cristãos” ricos:
- “O ouro que repousa em vossos altares pertence aos pobres” (Sermão 22).
Coração: a fonte de tudo
“O que sai da boca procede do coração e é isto que torna o homem impuro”, diz Jesus (Mt 15, 18).
Mas não é preciso recorrer ao evangelho para descobrir o valor do amor, gerado no coração.
Steve Jobs, fundador das multinacionais da informática Apple e Pixar, declarou:
“Às vezes, a vida bate com um tijolo na sua cabeça.
Não perca a fé. Estou convencido de que a única coisa que me permitiu seguir adiante foi o meu amor pelo que fazia. Você tem que descobrir o que você ama. Isso é verdadeiro tanto para o seu trabalho quanto para com as pessoas que você ama”
(Discurso de formatura da Universidade de Stanford).
O verdadeiro desenvolvimento
A mais autêntica revolução humana a fazer é estender este amor, expressado por Steven Jobs, a todas as pessoas da terra. É a revolução do coração.
Através dela, é possível surgir um “modelo de desenvolvimento” alternativo, segundo as palavras do Pe. Gheddo:
“O desenvolvimento é:
a) convencer-se que ele não é o contínuo crescimento econômico e a busca de um bem-estar mais opulento, mas é dar a todas as pessoas o necessário à vida;
b) não é suficiente ter dinheiro e máquinas; é preciso pessoas, porque o desenvolvimento é problema de educação, de formação das consciências, de evolução das culturas, de partilha. O nosso modelo atual é materialista, voltado a ter sempre mais, a melhorar o nosso nível de vida e de consumo. Impossível, com este ideal, sermos irmãos dos pobres”.
A voz da Igreja católica Na encíclica Redemptoris Missio lemos:
“O desenvolvimento do homem vem de Deus, do modelo de Jesus homem-Deus e deve levar a Deus. Eis porque entre anúncio evangélico e promoção humana existe uma estreita conexão”. Na raiz do subdesenvolvimento há mentalidades, culturas e religiões fundamentadas sobre visões inadequadas do homem e da mulher.
Os missionários dizem:
“Aqui só o Evangelho pode mudar estas situações desumanas de miséria e de ignorância”.
A bem-aventurada madre Teresa de Calcutá dizia:
“A maior desgraça da Índia é a de não conhecer Jesus Cristo”.
Ainda a Redemptoris Missio:
“O Evangelho é a primeira contribuição que a Igreja pode dar ao desenvolvimento dos povos”.
O Evangelho promove o desenvolvimento, esta a realidade dos fatos, confrontando com os povos subdesenvolvidos:
Os cristãos, em paridade de condições, desenvolvem-se antes dos outros.


O QUE VOCÊ PENSA?
A  solução está nas mãos dos Estados, multi-nacionais, dos países ricos, da igreja, dos sindicatos. Ou será que o Papa tem razão quando diz "contra a fome, mude a vida."?
Seus comentários, dúvidas, conclusões serão bem vindos e... partilhados...

22 de dez. de 2010

As fotos de Gregory Colbert

As fotografias de Gregory Colbert

Publicado a 07 Dezembro 2010 por Bethccruz
Gregory Colbert, através da Flying Elephants Foundation, apoia pessoas que trabalham em prol do meio ambiente.
 Desde os Egípcios aos Maias, aos índios da América e aos Beduínos, todas as culturas criaram bestiários que lhes permitem expressar a sua relação com a natureza. Ashes and Snow é um bestiário do Século XXI repleto de espécies de todo o mundo. Da orquestra da natureza fazem parte, não só o Homo Sapiens mas também os elefantes, as baleias, os peixes-boi, as águias, as chita, os orangotangos e muitos outros.

 O vídeo Ashes and Snow – Feather to Fire é um passeio virtual fantástico e reflexivo.
Desde os Egípcios aos Maias, aos índios da América e aos Beduínos, todas as culturas criaram bestiários que lhes permitem expressar a sua relação com a natureza. Ashes and Snow é um bestiário do Século XXI repleto de espécies de todo o mundo. Da orquestra da natureza fazem parte, não só o Homo Sapiens mas também os elefantes, as baleias, os peixes-boi, as águias, as chita, os orangotangos e muitos outros.

O vídeo Ashes and Snow – Feather to Fire é um passeio virtual fantástico e reflexivo.

ITABAIANA, 28 DE AGOSTO DE 2021

Por: Robério Santos, 28 de agosto de 2021 
DRT/MTB 1539/SE 
Jornalista 

Hoje, estou sentado aos pés do que restou da majestosa Serra de Itabaiana no 
local em que um dia foi chamado de Parque dos Falcões. Estou escrevendo essas 
memórias de tudo que aconteceu e espero que eu consiga enviá-las a mim mesmo no 
passado para que, quem sabe, haja ainda esperança nisso tudo para que meu filho Ícaro 
e tantos outros filhos possam saborear tudo que deveria ter sido verdadeiro. Hoje estou 
com meus quarenta e poucos anos de estrada e já via há dez anos esta catástrofe. A 
ajuda milionária às festas e ao descaso público desnecessário continuaram crescendo e 
os trocados para fortalecer uma cultura que brotava em cada esquina de nossa Itabaiana 
foram ficando mais escassos.

Grupos folclóricos foram dando espaço a grupos armados e festas culturais 
dando espaço às festas violentas e recheadas à droga, que fez de Itabaiana uma das 
cidades mais violentas de nossa pátria. O medo se instaurou a partir de 2011 e a 
população começou a migrar de Itabaiana, partindo para a capital. As mentes pensantes, 
cativantes e rebeldes saíram para novos ares, novos países, novas pátrias a quem 
pudesse amar e serem amados. Eu resisti até 2019, eu não queria ouvir no rádio nem 
assistir na TV que toda esperança havia sido perdida. Não, não... eu queria estar perto 
no olho do furacão e sentir o cheiro da destruição.

Nosso açude da Marcela secou. Até pensaram em limpá-lo, mas o mau cheiro 
incomodou tanto que colocaram dinamite em seu paredão e escoaram todo o lodo em 
2012. Em 2013 construíram um grande cine-teatro em Itabaiana. Um projeto 
arquitetônico que foi proclamado “Obra Prima da Arquitetura Moderna” e que algumas 
apresentações foram feitas e por má organização fecharam-no em 2015. Causa mortis: 
falta de público e vandalismo com a estrutura.

A cidade cada vez mais ficando rica e cada vez mais ignorante. Alunos da 
universidade pública da cidade ainda continuaram se dividindo politicamente e isso 
causou um desconforto enorme, pois o grupo estudantil bem que deveria ser a terceira 
tão falada via política de Itabaiana. Mas, não, isso não foi possível e em 2015 a 
esperança foi corrompida com a saída dos recém chegados professores de ideais 
modernos. Foram expulsos por “não serem daqui e as ideias não condizem com nossa 
realidade”. Naquele instante negro parecia que tudo havia sido perdido. Mas no ano 
seguinte um desses forasteiros havia ficado e resistido. Não quero citar nomes para não 
atrapalhar o passado e modificar meu presente antecipadamente (podem matá-lo antes 
de ir ao poder), mas um jovem de classe média alta e de família sulista teve a audácia de 
se candidatar a prefeito de Itabaiana nas eleições de 2016. Sem apoio nem dinheiro ele 
foi em busca dos indecisos e da juventude não envenenada, que por fim formaram uma 
corrente e perceberam que os pobres formavam um caldo mais grosso que os ricos e 
por 845 votos de diferença positivista, este jovem de 19 anos se tornara o prefeito mais 
jovem da história do país, desbancando em idade Caio Vellasco de Castro Curado 
(PMDB). Eleito em Faina (GO) nas eleições de 2008 com apenas 20 anos.

Uma luz no final da caverna da Serra de Itabaiana havia sido acesa. Uma parte 
da população indignada, cheia de nada, alienada, perturbada e fechada deu margem a 
outra parcela, largada, reativada, reformada e premiada. O jovem prefeito não sabia 
ainda do destino que tinha nas mãos. Seu primeiro ato foi mudar totalmente o grupo que 
tomava conta de órgãos público. Um parmo de chão (sic). Mandou reabrir o cine-teatro 
e trouxe o grupo Imbuaça para se apresentar na reinauguração e apresentar uma nova 
peça “Itabaiana de pequena à Grande”, lotou o teatro. Dois parmos (sic). Reavaliou a 
possibilidade da criação do novo Distrito Industrial de Itabaiana para abastecer com 
mais de mil empregos diretos para a população. Três parmos (sic). Mandou fechar o 
paredão do açude para reenchê-lo e em parceria com o Estado construiu uma pequena 
orla, pista de corrida ao redor do açude, arborizou, construiu bares, conjunto 
habitacional nas proximidades do Lago Marcela e um Hotel . Quatro parmos (sic).

Construiu torres para transmitir internet banda larga gratuita para os lares, em parceria 
com o provedor de internet local, aproveitando também as antenas existentes. Cinco 
parmos (sic). Reativou o Turismo Ecológico em 2017, criando rotas turísticas e 
movimentando mais de 2 milhões de Reais no primeiro ano e mais de cinco no segundo. 
Seis parmos (sic). Por fim veio a feira livre que há 35 anos não havia crescido. Ele 
juntou os comerciantes e aos moldes de Propriá criou uma base estrutural de feira fixa e 
móvel e ampliou em mais um dia a feira e construiu um novo mercadão de verduras 
para embarque e desembarque de mercadorias, fora dos limites da cidade, fazendo o 
centro comercial respirar um pouco em 2018. Sete parmos (sic). Em dois anos ele fez 
(por não dever o pescoço a seu ninguém) mais que qualquer outro prefeito havia feito 
em nossa cidade. Apoiou o governo de então e em meio aos bate-papos dos 
governantes, por volta do meio dia de um quente setembro 20, nosso prefeito é atingido 
por dois tiros no pescoço e morre aos pés de seus eleitores. Nunca se descobriu quem 
fez isso. Seu vice, notoriamente corrompido pelo dinheiro, assumiu o poder e desfez 
praticamente tudo que seu ex aliado havia conquistado. Crescer não dava voto 
manobrável, então a cidade voltou ao caos e agora numa depressão mais violenta que 
antes.

O Parque dos Falcões foi fechado por ordem pública para evitar o cativeiro das 
aves e a liberdade dos ladrões no poder (paradoxal, não?). A Serra de Itabaiana foi 
liberada para a extração de ouro e prata e então virou uma nova Serra Pelada e acabando 
com o que restava de nossas belezas. O ano era 2019 e não havia mais esperanças e o 
povo estava sem fé. Eu fui embora em meados de 2019 e busquei exílio psico-cultural 
no município de Vigo na província de Pontevedra, comunidade autónoma da Galiza na 
Espanha. Não queria sentir mais a terra que tanto amo na mão de tanta gente 
despreparada. Sempre existiu isso, mas eu nunca havia visto com olhos de criança. As 
cidades vizinhas cresceram, ganharam fábricas, esperança, cultura, cinemas, teatros, 
shoppings e de pequenas cidades passaram a atrair turistas para comprar uma renda e 
um artesanato ou bater papo com as pessoas inteligentes das localidades. De Itabaiana 
sobrou apenas um nome no registro de nascimento “Nascido a 20 de fevereiro de 1981 
na cidade de Itabaiana” de mim e de tantos outros que vieram ao mundo por este lugar, 
aprenderam a amar e hoje se sentem traídos e longe dessa miséria.

A festa de aniversário daqui não existe mais, nem sequer a população se lembra 
dessa linda comemoração onde se mostrava suas hortaliças, nossa cultura e a alegria do 
povo. Hoje, 28 de agosto é seu aniversário, Velha Lôba e que a memória dos que já se 
foram e dos que irão em breve seja preservada nesse mundo, e que isso sirva de base 
para a construção de uma sociedade liberal e menos presa e que favoreça realmente 
quem merece. Mas, de que se importa, se os netos dos grandes políticos e empresários 
não vão estudar na UFS e sim em Harvard , não vão ao teatro de Itabaiana sim ao Teatro 
Amazonas, não vão ao açude e sim vão a Sauipe passar um bom final de semana. Já 
dizia um amigo meu “O gato só acaricia o local onde vai deitar” e isso é a pura verdade. 
Parabéns Itabaiana, estou de volta, mas não sei se fico. 

20 de dez. de 2010

PARADA GLSBT Itabanaiana/SE

No dia 19 de Dezembro de 2010. Itabaiana/SE teve um toque mais colorido com a IV parada GLSBT.
Por mais uma vez o desejo de uma vida com mais dignidade e respeito foi apresentado por todos os grupos que estiveram presente. 
O evento foi organizado pela ASTRA e o radialista Tony Cleverton.

A presidente da ASTRA( no meio) e o apoio de todos foram fundamentais para a realização de uma grande festa.
DJ Budah Moderno
DJ Budah Moderno / Alex Lira-FM Itabaiana
Elas fizeram a festa mostrando na avenida enchendo os olhos de quem realmente esperavam um show.
A bandeira simbolo do orgulho gay, se mostrou presente colorindo ainda mais a avenida.
Um evento de paz e muita alegria na avenida contagiaram toda população. 
Tony Cleverton e a presidente da ASTRA/SE
O vereador Fabinho marca presença e prestigia a festa dando um grande apoio a causa...
O evento foi record de público