Páginas


12 de out. de 2011

Jogadores do Sport visitam ong que trata de crianças com câncer


Magrão, Tobi, Diego Torres, Willians e Mizael visitaram o GAC e transformaram o dia de cerca de 130 pacientes

O amor cura. A frase normalmente utilizada no sentido metafórico ganhou, nesta terça-feira, um significado mais próximo do literal. Cinco jogadores do Sport visitaram o Grupo de Assistência a Criança Carente com Câncer (GAC), ong que chega a tratar de 130 doentes por dia, no bairro da Boa Vista, no Centro do Recife. Os rostos tristes, cabisbaixos e sofridos deram lugar ao sorriso e a admiração quando o goleiro Magrão, o zagueiro Tobi, o meia Diego Torres e os atacantes Willians e Mizael entravam no campo de visão de cada menino e menina internada na organização filantrópica.
Logo no início, em um pequeno auditório, a coordenadora do projeto, Etiene Brito, fez questão de passar aos atletas a importância da visita. E, para surpresa de todos, ela não é só psicológica.
- Os senhores são ídolos para essas crianças. Elas acompanham na televisão, sonham com vocês. A alegria causada reflete diretamente no tratamento. A maioria tem um aumento significativo na taxa de anticorpos depois dessas visitas. Elas melhoram. Muito obrigado por virem - agradeceu Etiene.
Ainda no auditório, um tímido Jonas, de 14 anos, apareceu, sem saber direito para onde olhar. Seus heróis estavam ali. Luzes, flashes e microfones também. Uma pose com os jogadores, com direito a bandeira e camisa autografada. Jonas, que minutos antes da visita estava com grande expectativa, mal conseguiu falar. Foi monosilábico em frente às câmeras, enquanto ofegava de emoção. Contraste em relação aos funcionários, que tietavam a cada momento.
No passeio aos ambulatórios e aos quartos, a emoção aflorou. Crianças abismadas, felizes, desconfiadas, sem acreditar, estavam frente a frente com homens de carne e osso, que durante dois dias por semana se tornam reis, heróis, de uma massa apaixonada. Pais de famílias que olhavam para os meninos, lembrando dos seus filhos.
- A qualquer momento serei pai, já que a minha filha Isadora está prestes a nascer. Me segurei para não chorar, me emocionei, pensando que aquelas crianças poderiam ser meus filhos. Ter vindo aqui foi uma lição de vida - revelou o atacante Willians, visivelmente emocionado.
Outro que estava bem comovido foi o zagueiro Tobi. Presente na visita de 2010, o beque estava à vontade. Quebrou o gelo inicial, foi carinhoso e generoso com a criançada. Entre um andar e outro, ele refletiu. A força daqueles pequeninos foi inspiradora.
- Final do ano, trarei meu filho mais velho para cá. Às vezes ele reclama demais das coisas. Tem tudo. Ele tem que conhecer o outro lado da vida, que é difícil. Vai passar a dar mais valor à saúde, aos privilégios que ele tem. Somos pessoas comuns. Fico maravilhado com a felicidade que trouxemos. Quero isso para meus filhos, que eles conheçam - disse Tobi, que tem dois meninos, um de 12 anos e outro de 4 meses.
O exemplo de vida estava estampado nos olhos fundos de algumas crianças, que não perderam a alegria. Elas ganharam camisas, bolas, meiões e brinquedos, numa festa pré-Dia das Crianças. A pequena Letícia, de 2 anos, se debatia com o movimento. Dava tchauzinho e sorria deliberadamente com Magrão e Tobi. Tirou foto com os dois. Mais uma para a coleção colada a um mural que inclui a cantora Claudia Leitte e a comediante Fabiana Karla.
Mães choravam a cada afago e atenção dos jogadores aos seus filhos. Guerreiras como a doméstica Marília de Lima, mãe de Cláudia, de 13 anos, que está com leucemia. Ela não conteu as lágrimas e agradeceu bastante a visita
- Essa visita nos enche de esperança. Tudo que faz nosso filhos sorrirem, também nos fazem felizes - afirmou aos prantos, Marília, que está com sua filha no GAC desde fevereiro.
Criado em 1997, a ong interna 40 pacientes e atende, diariamente, 80 a 90 crianças em consulta. Vivendo de doações, com uma ajuda do poder público, o GAC costuma promover essas visitas como parte da terapia. Essa é a segunda vez que o Sport aparece na instituição localizada no Hospital Oswaldo Cruz.
- Estou muito feliz. Ganhei bola, camisa autografada e conheci Willians, que eu sou fã - frisou o adolescente José Avelino, 17 anos, que tem leucemia. É zagueiro quando bate uma bola.
- Só tenha cuidado para não quebrar as canelas do Willians. Você tem cara de zagueirão. Quero jogar contra você - brincou o meia Diego Torres.
Fonte: PE360°

Nenhum comentário:

Postar um comentário